Coordenadora: Prof. Thaisa Maria Nadal
Fundador do Projeto: Prof. Germano Bruno Afonso
Doutor em Astronomia e Mecânica Celeste
Os indígenas conectam o céu com a Terra, como as posições do Sol com períodos de chuva ou seca, calor ou frio. Deste modo, constroem seus calendários solares locais, que marcam os horários de trabalho agrícola, floração, frutificação, reproduções (tanto humanas quanto de peixes e animais), festivais, aparições de doenças e procedimentos de proteção realizados pelos xamãs. Para eles, a Terra nada mais é do que um reflexo do céu, e, nesta perspectiva, tudo o que acontece no céu, também acontece na Terra. Assim, a astronomia indígena tem por principal função auxiliar na sobrevivência da sociedade.
O Observatório Solar indígena é um equipamento didático idealizado pelo Prof. Dr. Germano Bruno Afonso, que atua como docente no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação e Novas Tecnologias nesta instituição. Ele tem por objetivo contribuir com a implementação da Lei 11.645/2008, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura indígenas nas disciplinas da Educação Básica.
Neste equipamento ensina-se, na prática, como os povos indígenas determinam o meio-dia solar, os pontos cardeais e as estações do ano, através da observação do nascer, culminação e do pôr do sol. Além disso, mostram-se as suas constelações sazonais e a arte rupestre astronômica indígenas.
Para facilitar a visualização e a compreensão dos movimentos aparentes do Sol, o Professor Yuri Berri Afonso desenvolveu o Observatório Solar Indígena em óculos imersivos de realidade virtual, que simula esses movimentos em 3D, como produto de sua dissertação de mestrado em Educação e Novas Tecnologias da UNINTER.
Existem inúmeras vantagens no uso da realidade virtual imersiva, e muitas delas estão relacionadas à execução de atividades práticas e de visualização. Neste caso, o uso da realidade virtual imersiva permite simular os movimentos e posições aparentes dos pontos de nascer, culminar e pôr do sol em diferentes lugares e dias do ano, em poucos minutos; mesmo em dias em que o céu esteja nublado ou à noite. Além disso, os óculos e os celulares, que formam esse observatório virtual, podem ser transportados, facilmente, a lugares distantes, de difícil acesso e sem eletricidade, onde vive a maioria dos indígenas brasileiros.
O Observatório Solar Indígena do Centro Universitário Internacional UNINTER é utilizado principalmente para Cursos de Formação de Professores em História e Cultura Indígenas (Lei 11.645/2008) e em Ciências, inclusive havendo uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SMEC) para formação de seus docentes. Além disso, ele constitui-se um itinerário formativo emancipador no marco da cidade que educa, contribuindo para fomentar a educação de crianças, jovens e adultos para e pela cidadania ativa, ocorrendo diversas visitas de estudantes e do público em geral, até de outros Estados, sob orientação dos professores Germano e Yuri, assumindo o papel de agentes transformadores, potencializando ações nos territórios em que se encontram em meio ao diálogo intercultural a serem desvendado por docentes e discentes na tessitura da formação cidadã alargada, e na defesa do caráter pluriétnico da sociedade brasileira.