24/05/2024
Rafael Lemos – Assistente de Comunicação Acadêmica
Sob supervisão do professor Daniel Guimarães Tedesco, um grupo de quatro alunos, monitores do Bacharelado em Física da Uninter, está envolvido em um experimento de coleta de dados do Pon-Brooks (Cometa do Diabo), durante cinco dias, com auxílio do Observatório Remoto de Campos dos Goytacazes (ORCG). O objetivo é apontar o telescópio para o objeto e fazer os registros.
O Cometa do Diabo foi escolhido porque o projeto busca objetos próximos da Terra que são candidatos possíveis de colisão com nosso planeta. Esses dados serão utilizados em estudos iniciais de astrometria e mecânica celeste. Esta é também a primeira ação da Uninter em conjunto com o ORCG.
O experimento faz parte do projeto Astronomia e Defesa Planetária na Educação, da Escola Superior de Educação, Humanidades e Línguas (ESEHL), mantido pela Fundação Wilson Picler. O objetivo é construir e operar uma rede nacional de detecção, registro e análise de grandes meteoros. Para isso, orienta estudantes de iniciação científica da graduação, de mestrado e doutorado da Uninter e está vinculado aos programas de Defesa Planetária e Ciência Cidadã, ambos da Nasa.
O Programa de Defesa Planetária da Nasa envolve observações de Objetos Próximos à Terra (NEOs), com objetivo de localizar, rastrear e caracterizar esses objetos. O projeto também visa estudar grandes meteoros conhecidos como bólidos ou bolas-de-fogo (fireballs), que podem ser considerados pequenos NEOs (ou fragmentos deles), que entram na atmosfera da Terra podendo atingir a superfície (meteorito), como o meteoro de Cheliabinsk, Rússia, em 2013.
De acordo com o professor Daniel Tedesco, em relação ao cometa em observação, a ideia é tomar dados para que os alunos possam lidar com imagens de um Charge-coupled device (CCD), um dispositivo de silício que converte fótons em elétrons, sendo utilizado na astronomia para capturar a luz e montar a imagem de um objeto. Conforme o professor, há muito para explorar, principalmente em depuração e limpeza dos dados: “Vamos rastrear o movimento dele, ver as variações da luminosidade, a morfologia da cauda, a previsão futura de trajetórias e comparação com estudos prévios deste cometa”, comenta.
Questionado sobre os estudos desse segmento no país, o professor Daniel Tedesco enfatiza que “a Astronomia no Brasil tem crescido significativamente ao longo dos anos. O país tem uma comunidade científica ativa que contribui para a pesquisa global em Astronomia e Astrofísica. Existem várias instituições de ensino e pesquisa de renome no Brasil que oferecem programas de estudo e pesquisa em Astronomia”.
O Observatório Remoto de Campos dos Goytacazes (ORCG) é um projeto idealizado pelo estudante de Bacharelado em Física da Uninter, Carlos Henrique Barreto, que faz parte de uma parceria conjunta com o Grupo Educacional e a Fundação Wilson Picler, em que estudantes e professores podem utilizar o observatório para projetos e pesquisas.
Questionado sobre a importância de projetos como o do experimento de coleta de dados do Pon-Brooks, Carlos Henrique destaca que a parceria do ORCG com a Uninter é vital para a comunidade científica. “É muito importante, pois estamos contribuindo para o crescimento na área científica brasileira voltada para a astronomia, produzindo conhecimento científico e material de pesquisa, que servirão de embasamento para estudos nessa área até por outros pesquisadores”, finaliza.
Veja abaixo imagens preliminares do asteroide Pon-Brooks coletadas por meio do observatório remoto:
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do fotógrafo: Acervo pessoal e ORCG